O PSOL fez todas as gestões para evitar que o comando da Comissão Especial que discute mudanças no Código Florestal brasileiro ficasse sobre controle da bancada ruralista, mas na tarde desta quarta-feira (14), um acordo dos ruralistas com o PT e o PCdoB possibilitou uma ampla maioria para este setor na composição do comando da Comissão.
Parlamentares da bancada ruralista conseguiram eleger o presidente e os três vice-presidentes da comissão especial de mudanças do Código Florestal brasileiro. O nome indicado pelo presidente da comissão para relator é o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), resultado do acordo entre o PT e o PCdoB com a bancada ruralista.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) frisou que a maioria ruralista na direção da comissão culminará em um projeto que aumenta o desmatamento, em um “código ambiental ruralista”. “Temos uma mesa em que o setor ruralista tem total hegemonia e maioria”, declarou.
Ivan Valente também questionou o posicionamento do PT, partido que historicamente sempre se posicionou em defesa do meio ambiente e em oposição aos interesse dos ruralistas.
“Alguém que lidera o movimento ruralista deveria se sentir impedido de presidir uma comissão que vai mudar a legislação ambiental brasileira. O setor tem total hegemonia aqui nesta comissão e acho isso uma incompatibilidade. Quero fazer um apelo para que o PT assuma sua responsabilidade nessa questão e assuma a relatoria”, considerou Ivan Valente.
Com esta composição da Comissão Especial aumenta a necessidade do acompanhamento e da pressão social para que as mudanças não resultem num ataque ainda maior ao meio ambiente. Uma das reivindicações dos ruralistas é a liberação para que estados e municípios tenham autonomia para definir seu próprio código florestal, em outras palavras, liberar geral para que a pressão dos ruralistas derrube qualquer impedimento legal para o desmatamento.
Com informações da Agência Câmara