Por Aldo Santos
Estou encaminhando importante documento que retrata a situação de dificuldades em relação aos dados numéricos e percentuais ainda em construção propositiva ,dos professores de Filosofia e Sociologia no Brasil , que deve ser profundamente analisados e respondidos pela categoria em luta.
Lamentavelmente o governo do Estado de São Paulo, ao que tudo indica não abrirá concurso público para os cargos de filosofia e Sociologia no Estado em 2010, o que contribuirá para a precarização do ensino das respectivas disciplinas.
As medidas adotadas recentemente pelo governo Serra, em comum sintonia com as mudanças do Ministro da Educação Fernando Haddad do governo LULA, representará um golpe fatal em relação as disciplinas de humanas e outras áreas do conhecimento .
Nesse sentido, convidamos os professores OFAs e demais educadores para que possamos nos reunir e debater como articularmos grupo de estudos para a famigerada provinha que o governo vai instituir a partir do final deste ano como critério para a atribuição de aula em 2010.
Infelizmente, o nosso sindicato “lavou as mão como Pilatos” em relação às ofensivas ações que o governo tem desfechado sobre os educadores que foram admitidos em Carter temporário desde 1974.
Ao não enfrentar o tucano de plumagem aveludada que é o Ex ministro da Educação do governo FHC, Paulo Renato, o governo ganha a queda de braço, mesmo que temporariamente e o sindicato se volta para as disputas internas no afã de se manter os feudos do poder institucionalizado .
No último período, observamos sucessivos lances de pactos consentidos e mais uma vez,contraditoriamente , sindicalistas “fazem coro com o governo”, “culpando e responsabilizando veladamente os professores pelo fracasso das últimas atividades desenvolvidas pela diretoria da Entidade.”
A luta para transformar em lei a nossa histórica reivindicação em defesa da Filosofia e da sociologia, não pode ser jogada na vala comum das elaborações do tucanato brasileiro que transformaram o Estado de São Paulo no seu primoroso laboratório das políticas de financiamentos e ações neoliberais,agora, seguidas pelo governo Lula através da Reforma do ensino médio” inovador”.
Segundo reportagem publicada no jornal o estado de são Paulo, em 22 de julho de 2008 a mesma faz um levantamento do número de educadores existentes e projeta a curto, médio e longo prazo as possibilidades e perspectivas sobre as disciplinas citadas.
O Brasil precisa de 15 vezes mais professores de filosofia e 40 vezes mais de sociologia para que todas as escolas de ensino médio passem a ter aulas das duas disciplinas.
A obrigatoriedade foi instituída por lei no mês passado, depois de um debate que durou décadas. Estudo feito pelo Ministério da Educação (MEC) mostra a dificuldade que as escolas terão para se adaptar à nova legislação. Além da falta de docentes dessas áreas, há ainda material didático insuficiente e poucos estudos sobre um currículo atual de sociologia e de filosofia.
Hoje, o país tem 20.339 professores de sociologia atuando nas escolas; no entanto, só 12,3% deles (2.499) são licenciados na área. O restante se graduou em áreas como história, geografia e português. Em filosofia, o número atual é de 31.118, sendo 23% (7.162) com a licenciatura específica. Isso porque há estimativas de que 17 Estados já tenham aulas dessas disciplinas em pelo menos um ano do ensino médio. Segundo o estudo do MEC, a demanda em cada uma das disciplinas é de 107.680 professores.
O levantamento mostra também que a quantidade de graduados nas duas áreas nos últimos cinco anos,independentemente da opção por dar aulas ou não, está longe de cobrir o déficit. Foram cerca de 14 mil em filosofia e 16 mil em sociologia.
“Não haveria professor suficiente nem para ter apenas um por escola”, diz Dilvo Ristoff, autor do estudo e diretor de Educação Básica Presencial da Capes/MEC, órgão que agora cuida também da formação de professores no país.
São 24 mil escolas de ensino médio no Brasil. A lei de junho retificou essa decisão e exigiu que sociologia e filosofia integrassem o currículo dos três anos do ensino médio, o que complicou mais ainda a situação.”
Os dados acima é uma importante radiografia dos problemas existentes e aponta a necessidade de políticas públicas urgentes para solucionar , consolidar e implantar definitivamente as disciplinas de filosofia e Sociologia na grade escolar.
Embora os governos do PSDB tenham insistentemente obstruído nossas ações em defesa de tais disciplinas, não vamos abrir mão nem admitir retrocessos , por entendermos o seu papel crítico e cidadão nos embates da luta de classe e na transformação da Sociedade.
A palavra de ordem é ação , pois ninguém vai lutar por nós.
Estamos propondo que o coletivo estadual da APEOESP se rearticule, bem como a Associação dos professores de filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo realize urgente reunião para debater um plano de ação ,pois os indicativos políticos vindouros não são nada animadores para os Filósofos e Sociólogos.
Mais do que contemplar a realidade em que vivemos , é dever revolucionário do Filósofo e Sociólogo, transformar sempre, o mundo transformado.
LUTAR É PRECISO!!!
Aldo Santos é sindicalista , membro da Executiva Estadual do PSOL/SP e presidente do PSOL em São Bernardo do Campo