Há 56 dias, Honduras, país na América Central, sofreu um golpe militar. O presidente Manoel Zelaya, que havia anunciado a possibilidade de ouvir a população sobre mudanças constitucionais, foi impedido de voltar ao país e governar. O tema foi tratado durante o Seminário Internacional do PSOL, nos dias 18 e 19 de agosto, e voltou a ser tratado na abertura do 2º Congresso Nacional do partido na última sexta-feira, 21.
Gilberto Rios falou sobre Honduras e a luta revolucionária na América Latina
Para o representante da Frente de Resistência ao Golpe em Honduras, Gilberto Rios, que falou na abertura, o Congresso do PSOL é um componente importante na consciência revolucionária e na solidariedade internacional.
“Na primeira semana de luta pela resistência, a esquerda hondurenha falou da importância da democracia, depois falou que não queria mais governos de oligarquias, depois que não queriam mais a burguesia, depois falava em luta de classes e revolução”, completou em meio aos aplausos do público.
Gilberto relatou como o povo hondurenho está reagindo ao golpe e deu um rápido panorama histórico sobre invasões imperialistas na América Central que teve Honduras como personagem por conta do domínio estadunidense ao país.
Segundo ele, em 1954, houve uma invasão a um governo democraticamente eleito na Guatemala, derrotado por tropas imperialistas com a ajuda do exército hondurenho. “Na década de 60, Honduras também mandou tropas para derrotar um governo democrático em Santo Domingo, nos anos 70, em Granada; nos anos 80, o exército nacional serviu na contra-revolução na Nicarágua”.
Completou que soldados de Honduras foram enviados até para ajudar na invasão do Iraque durante o governo Bush. “Honduras servia como um porta-aviões continental para a política imperialista norte-americana. É justamente o que está se passando agora”.
De acordo com Gilberto, a dominação só agravou a pobreza. “Honduras é um país com 65% de pobreza, 40% das pessoas não têm sequer condições básicas, vivem na indigência”. Ele contou que famílias de origem árabe controlam 90% da economia do país e são tão improdutivas que possuem capitais de 16 bilhões de dólares estacionados em bancos de Miami.
Aletheia Vieira
Comitê de Imprensa do 2º Congresso Nacional do PSOL
Foto: Pedro Eckman