Requerimento foi apresentado à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, com o objetivo de discutir a presença de militares americanos nas bases do país vizinho e sua influência no equilíbrio político da região e na integridade do território brasileiro.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP) propôs nesta quarta-feira (5), à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, a realização de uma audiência pública para discutir a presença de militares americanos nas bases da Colômbia e sua influência no equilíbrio político da região e na integridade do território brasileiro. Segundo a imprensa, sete bases colombianas foram ocupadas por militares dos Estados Unidos, formando um eixo de militarização entre o Pacífico e o Caribe a partir do território vizinho.
Para o deputado do PSOL, tal ocupação, sem consulta aos países vizinhos, coloca em risco a construção de uma política de defesa comum, além de gerar apreensão em relação à segurança e integridade do território brasileiro, em especial nos aspectos que possam interferir na defesa da região amazônica.
“Há suspeitas quanto aos reais interesses da presença americana nas bases da Colômbia. Ela tem todas as características de ocupação militar da região e não, como se quer fazer crer, de ação de combate ao tráfico de drogas”, disse Ivan Valente. “Há, ainda, uma insegurança relativa ao tipo de armamento que será utilizado, como o alcance de caças, o que é relevante para a manutenção da segurança dos demais países”, acrescentou.
Se aprovada pela Comissão de Relações Anteriores, a audiência poderá contar com a presença do Ministro de Estado da Defesa, do Ministro das Relações Exteriores e do Embaixador da Colômbia no Brasil. A urgência do debate na Câmara se deve à aproximação de uma nova reunião da Unasul e da provável visita do presidente Uribe ao Brasil.
“O recrudescimento da política dos Estados Unidos de considerar o território latino-americano como seu quintal não deve encontrar em nenhum país condições para ampliar-se, por ela em nada contribui para a consolidação da tão duramente conquistada democracia no continente”, concluiu Ivan Valente.