Primeiro Sarney fez um discurso em que mentiu, omitiu informações, e manipulou dados para livrar sua cara, logo em seguida o Conselho de Ética se reuniu e arquivou numa só tacada 4 das 11 representações protocoladas contra o senador. A tarde de ontem foi uma prova cabal de como a base governista no Senado vai tratar as denúncias que pesam contra a Sarney, ou seja, na base do cálculo de maioria, totalmente insensível ao mérito das denúncias e a opinião da população que cada vez mais tem claro o mar de irregularidades que tomou conta do Senado.
A presidência do Conselho de Ética entregue ao segundo suplente de senador Paulo Duque, político conhecido historicamente pela sua prática de clientelismo e tendo sido indicado por Renan Calheiros para fazer o jogo sujo, já é uma demonstração que esse conselho está completamente blindado em relação às pressões externas ao Congresso, ou mesmo, à gravidade das denúncias que pesam contra Sarney.
Os três primeiros pedidos de investigação que foram arquivados se referiam às denúncias de favorecimento do neto de Sarney no Senado e desvios de verbas da Fundação José Sarney, através de contratos fraudulentos com a Petrobras. Outra representação requeria investigação sobre os atos secretos no Senado.
Também foi arquivada outra representação do PSOL contra Renan Calheiros.
O PSOL vai recorrer do arquivamento das representações e já conseguiu as assinaturas necessárias para isso. Outra representação do partido, datada de 29 de julho, ainda terá que receber o parecer do presidente do Conselho de Ética.
Para o PSOL a campanha de rua pelo Fora Sarney continua e deve ganhar mais força com a decisão do Conselho de Ética de arquivar as representações e não se dar ao trabalho de sequer abrir os processos. Na próxima semana estão programados atos e panfletagens com coleta de assinaturas de um abaixo-assinado pelo Fora Sarney em várias cidades do Estado e em várias regiões da cidade de São Paulo.