Os deputados Ivan Valente, Chico Alencar e Geraldinho foram prestar solidariedade e apoio aos trabalhadores rurais do Movimento Sem-Terra e da Via Campesina em ação da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, nesta terça-feira 11. Os trabalhadores ocupam o Ministério da Fazenda, em Brasília, e exigem que Governo Federal invista na promoção da Reforma Agrária no País, além do desenvolvimento dos assentamentos já instituídos.
O MST cobra o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos. O ato também exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas pelo país e o investimento em habitação, infra-estrutura e produção de 45 mil famílias que estão assentadas apenas no papel.
A Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária acontece em pelo menos 11 estados e no Distrito Federal.
Leia notícia sobre as atividades em Brasília publicada pela página do MST
MST sai de ministério com compromisso de reunião interministerial
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Os 3.000 trabalhadores rurais do MST e da Via Campesina, que ocuparam o Ministério da Fazenda em Brasília na manhã desta terça-feira (11/8), saíram do prédio depois que o governo federal aceitou formar uma comissão interministerial para negociar a pauta da jornada nacional de lutas pela Reforma Agrária.
Uma comissão do MST será recebida por uma representação de ministros, formado pelos titulares da Fazenda (Guido Mantega), da Casa Civil (Dilma Rousseff) e do Desenvolvimento Agrário (Guilherme Cassel). Ainda não foi fechado o horário e o local da audiência, que deve acontecer na próxima semana.
“As nossas ações foram vitoriosas e conseguiremos nessa reunião discutir com um conjunto de ministérios a revisão dos cortes no orçamento da Reforma Agrária, o assentamento das famílias acampadas, a fortalecimentos dos assentamentos e a atualização dos índices de produtividade”, afirmou a integrante da coordenação nacional do MST, Marina dos Santos.
A jornada de lutas do MST cobrou do governo federal a realização da Reforma Agrária e o fortalecimento dos assentamentos, com a realização de protestos em 13 estados e em Brasília. Foram ocupadas sedes do Ministério da Fazenda em três estados e no DF, além de três superintendências do Incra.
O MST exige o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos.
As ações também exigem a atualização dos índices de produtividade, intocados desde 1975, e investimentos para o fortalecimento dos assentamentos na áreas de habitação, infra-estrutura e produção agrícola. Parte significativa das famílias acampadas do MST está à beira de estradas desde 2003 e 45 mil famílias foram assentadas apenas no papel.
Protestos pelo país
Em Belém, 850 trabalhadores do MST ocuparam a delegacia do Ministério da Fazenda, depois de sete dias de marcha de 200 km, do município de Irituia até a capital do estado, pela rodovia Belém-Brasília. Os manifestantes saíram do ministério e ocuparam o Incra.
Em Curitiba, cerca de 400 Sem Terra ocuparam a representação do Ministério da Fazenda, no centro da cidade. Em frente ao Incra, estão acampados mais 100 trabalhadores rurais, na luta pela Reforma Agrária.
Em Cuiabá, cerca de 1.200 trabalhadores de diversos movimentos sociais do campo atuantes no Mato Grosso, com apoio político da CPT, do Centro Burnier Fé e Justiça e Assembléia Popular, ocuparam o prédio da Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda.
Em Salvador, cerca de 400 integrantes do MST ocuparam a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em protesto contra os cortes do orçamento da Reforma Agrária e em defesa do assentamento das 28 mil famílias acampadas em todo o estado.
No Ceará, cerca de 1.500 mil pessoas estão mobilizadas em todo o estado. Em Fortaleza, Sem Terra ocuparam o Incra, na Avenida José Bastos. No município de Caucaia, foi ocupada uma fazenda improdutiva. Foram realizados protestos em órgãos públicos em diversos municípios.
Em Petrolina, cerca de 150 famílias do MST ocupavam a sede do Incra, no Sertão do Estado, para fortalecer as reivindicações da marcha estadual. No primeiro dia da marcha, 2.500 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de Pernambuco caminharam 12 km da cidade de Pombos, no Agreste Pernambucano, até o município de Vitória de Santo Antão. Na chegada a Vitória, foi realizado um ato publico no centro da cidade com panfletagem e exposição de fotos dos 25 anos do MST.
Em São Paulo, os 1000 marchantes do MST, que chegaram ontem à cidade após uma caminhada de 100 km, fizeram um protesto em frente à delegacia do Ministério da Fazenda (ao lado da estação de metrô Luz) para denunciar a política econômica do governo federal, que impede a realização da Reforma Agrária.
Em Porto Alegre, cerca de 1000 trabalhadores e trabalhadoras da Via Campesina montaram um acampamento, na manhã desta terça-feira (11/8), no pátio do Ministério da Fazenda.
Em Florianópolis, 400 trabalhadores do MST fizeram protesto em frente à delegacia do Ministério da Fazenda.
No Rio de Janeiro, 150 trabalhadores rurais Sem Terra realizaram um ato de protesto, às 11h30 da manhã desta terça-feira (11/8), em frente à delegacia do Mistério da Fazenda no Rio de Janeiro.
Em Maceió, cerca de 200 trabalhadores rurais ligados ao MST bloquearam a entrada da delegacia do Ministério da Fazenda, na praça D. Pedro II. Cerca de 600 agricultores de várias regiões de Alagoas chegaram pela manhã para se somarem às mobilizações da jornada nacional de lutas. No Estado de Alagoas, marcado pela concentração fundiária e pela superexploração da mão-de-obra do campo na monocultura da cana-de-açúcar, são contabilizadas hoje 5.890 famílias acampadas organizadas pelo MST.
No Mato Grosso do Sul, divididos em duas colunas, 850 Sem Terra iniciaram uma marcha no sábado, que chegará sexta-feira à capital Campo Grande. Com o lema “Terra, Trabalho e Soberania”, a 6ª Marcha Estadual alerta sobre necessidade da Reforma Agrária para a construção de uma alternativa à crise econômica.
Em Roraima, cerca de 600 manifestantes ligados ao MST, ao Movimento de Mulheres Camponesas, à Comissão Pastoral da Terra e à Fetag estão acampados em frente a sede do Incra daquele estado.
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