Reproduzimos aqui, com links para as entrevistas, um painel sobre a Crise Econômica publicado na última edição do jornal Brasil de Fato e disponível no site do jornal. Confira:
Diante de um aparente cenário de calmaria, reforçado pela imprensa, resta perguntar: a crise acabou?
11/08/2009
Dafne Melo
da Redação
“Passado quase um ano desde a hecatombe econômica de setembro, o mundo já dá sinais de que começa a sair da crise”. A frase, do diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, também primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em artigo escrito para a Folha de S. Paulo do dia 4, não é uma percepção isolada. Todos os dias, a imprensa corporativa divulga notícias animadoras de recuperações aqui e acolá. Estaria a crise sendo superada? De acordo com cinco especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato, não. Não somente porque ela é estrutural, mas porque os gargalos que a originaram, em setembro de 2008, não foram solucionados, mas apenas amenizados, o que certamente não se sustentará por muito tempo.
Quem são os entrevistados:
Adriano Benayon é economista e foi professor da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Rio Branco.
Fábio Bueno é economista e militante da Consulta Popular.
José Carlos de Assis é engenheiro de formação e presidente do Instituto Desemprego Zero.
Leda Paulani é professora do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP).
Sérgio Lessa é professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Confira as entrevistas:
Superação? – A economia mundial começa a dar sinais de recuperação?
“A alta das ações e de algumas commodities resulta disso. São esses os falsos sinais positivos, enquanto que a produção, o comércio exterior e sobretudo o emprego desabam”, Adriano Benayon
“Creio que não só a esquerda, mas boa parte dos intelectuais e políticos brasileiros e mesmo de fora, não entenderam ainda essa crise como a quebra de um paradigma secular”, José Carlos Assis
“A crise de 1929 foi na verdade a crise dos anos 1930. As consequências se estenderam até metade da década, e ao longo dela houveram recuperações e momentos piores”, Leda Paulani
“No quadro de fragmentação que marca a esquerda brasileira na década de 2000, conseguimos depois de muito tempo mobilizações unitárias em torno do tema da crise”, Fábio Bueno
Futuro – Qual seu prognóstico para os próximos meses?
“Qualquer prognóstico para os próximos meses é terrivelmente incerto – o que é um dado objetivo a mais para demonstrar a profundidade da crise”, Sérgio Lessa