O PSOL realizou nesta sexta-feira uma manifestação em São Paulo pedindo a renúncia do senador José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado. Segundo o presidente estadual do partido, Miguel Carvalho, o objetivo do ato foi chamar a atenção da população para as denúncias contra o peemedebista.
A manifestação contou com a participação de cerca de 50 militantes do PSOL que se concentraram em frente ao Conjunto Nacional, na avenida Paulista (região central de São Paulo), das 12h às 14h. Nesse período, os militantes coletaram cerca de 1000 assinaturas* para um manifesto que pede a saída de Sarney.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) participou da manifestação e distribuiu folhetos sobre as denúncias contra Sarney.
O PSOL também fez coleta de assinaturas em cidades do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, além de Brasília. O abaixo-assinado será apresentado no plenário Senado provavelmente na próxima semana, quando os parlamentares voltam do recesso.
O presidente do Senado está em São Paulo para acompanhar a mulher, Marly,que está internada no hospital Sírio-Libanês para recuperar de uma cirurgia no ombro. Segundo assessores, Sarney não vai comentar a manifestação do PSOL. Os assessores disseram ainda que presenciaram a manifestação e que a adesão ao protesto foi pequena.
Acusações
O Conselho de Ética do Senado já reúne 11 acusações contra Sarney. São cinco representações por quebra de decoro parlamentar –três apresentadas pelo PSDB e duas pelo PSOL– e seis denúncias –quatro protocoladas pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e outras duas dele com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
O partido defende que o Conselho de Ética da Casa investigue renúncia de que Sarney omitiu da Justiça Eleitoral uma propriedade de R$ 4 milhões, além da acusação de que o parlamentar teria participado do desvio de R$ 500 mil da Fundação José Sarney.
Na outra representação, o PSOL pede para o conselho investigar Sarney pela edição de atos secretos que teriam beneficiado parentes e afilhados políticos para a instituição.
As ações do PSDB tratam do suposto envolvimento do senador com os atos secretos, da suspeita de que teria interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores do Senado e de ter usado o cargo a favor da fundação que leva seu nome e mentido sobre a responsabilidade administrativa pela fundação.
As denúncias pedem investigações sobre a acusação de que o presidente do Senado estaria envolvido em vendas de terras sem o pagamento de impostos, assim como teria recebido supostas informações privilegiadas da Polícia Federal em inquérito que investigou seu filho, Fernando Sarney.