Por Lúcia Rodrigues
A exigência da libertação dos cubanos presos nos EUA, a luta pelo fim do bloqueio e pelo reconhecimento do diploma dos médicos formados na Ilha, pelo governo federal são algumas das bandeiras aprovadas pelos militantes presentes à Conferência Paulista de Solidariedade a Cuba
A conferência paulista de solidariedade a Cuba, que ocorreu no sábado, 30, na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro da capital, reuniu centenas de militantes de movimentos sociais, como MST, Consulta Popular e partidos políticos (PSOL, PT, PC do B, PCB e PCML). Todos reafirmaram o apoio à Ilha, que comemorou no dia 1º de janeiro o cinquentenário da revolução socialista que mudou os rumos da América Latina.
A luta pela libertação dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos e a exigência do reconhecimento do diploma dos médicos formados em Cuba pelo governo brasileiro, além da batalha incessante pelo fim do bloqueio econômico à Ilha são algumas das bandeiras que serão defendidas pelos militantes presentes à conferência.
No início de agosto, os brasileiros que estudam medicina em Cuba e os médicos formados na Ilha vão promover uma caravana a Brasília, para pressionar o governo federal a reconhecer os diplomas cubanos, para o exercício da profissão.
Liberdade já
A intensificação da campanha pela libertação dos cinco presos políticos cubanos ganha força na atual conjuntura. O engenheiro Antonio Guerrero, o economista Ramón Labañino, o piloto e instrutor de vôo René González e os graduados em Relações Exteriores Fernando González e Gerardo Hernández estão presos nos Estados Unidos desde setembro de 1998. O crime cometido: tentar obter informações sobre os planos de organizações terroristas contra Cuba, sediadas em Miami.
O governo Bush foi implacável. Antonio, Gerardo e Ramón foram condenados à prisão perpétua, Fernando, a 19 anos e René, a 15.
Resistência
A campanha pelo fim do bloqueio econômico a Cuba também ganha força e foi outra deliberação dos militantes presentes à conferência. Para o líder da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados, Ivan Valente, que representou o partido no ato, Cuba é sinônimo de resistência.
“É do exemplo cubano de construção do socialismo que brota o resgate de valores igualitários de uma sociedade comunista. É, por isso, que temos exemplos, como Venezuela, Equador, Bolívia”, afirmou referindo-se à luta desencadeada pelos revolucionários de Sierra Maestra há 50 anos.
Segundo Valente, Cuba resistiu ao bloqueio, ao fim da União Soviética, ao cerco imposto pelos Estados Unidos, ao neoliberalismo e está resistindo à atual crise financeira.
Solidariedade
Para o professor Marcelo Buzetto, que representou o MST, a maior homenagem que se pode fazer a Cuba neste momento é lutar pela libertação dos cinco presos políticos. A dirigente do PC do B Nádia Campeão também destacou a luta pela libertação dos presos cubanos e pelo fim do bloqueio econômico. Para a comunista, a Ilha resiste às adversidades impostas pelo império norte-americano. Já Edmilson Costa, ex-candidato a prefeito de São Paulo pelo PCB, ressaltou que Cuba envia médicos para a América Latina e o continente africano.
“O Brasil nunca teve relações tão próximas com Cuba, como tem hoje”, salientou Max Altman, que representou o Partido dos Trabalhadores na conferência. Segundo ele, a solidariedade brasileira à Ilha se manifesta, por exemplo, na presença da Petrobras no golfo do Caribe.