Por Aldo Santos
Um jornal que tem atuado como panfleto das administrações do PT da Região do ABCDM, veiculou matéria onde o presidente da câmara ,o Vereador Maninho , teria notificado a Subsede da APEOESP de Diadema, responsabilizando-a pelo “quebra-quebra” que ocorreu no dia da votação da municipalização de ensino da cidade.
Segundo a reportagem, o montante que ao sindicato terá que pagar será de R$17.306.00 aos cofres públicos da Câmara municipal. O que é lamentável é ver um sindicalista negar seu passado, tendo um comportamento dessa natureza para com um sindicato (APEOESP); inclusive filiada a Central Única dos Trabalhadores, que o nobre Edil certamente defende enquanto sindicalista e filiado do Partido dos Trabalhadores.
Acompanhei toda a sessão no dia do ocorrido,e testemunhei que nunca na história do legislativo regional e até nacional uma categoria foi tão vilipendiada como foi a dos Educadores nessa sessão.
Além da violência simbólica com forte aparato policial (Civil, Militar e a Guarda da cidade), usaram cachorros para intimidar os professores, chegando ao absurdo de içarem gás de pimenta contra os Manifestantes, levando-os a um sofrimento sem precedente na cidade (até parecia literalmente “câmara de gás” dos campos de extermínios Nazistas,).
Cena igual a essa só tinha ocorrido com a categoria, na fatídica época de Maluf, Covas e Geraldo Alckmin.
Em nenhum momento ouvi o Presidente da Câmara e nenhum vereador ,inclusive as que se dizem de esquerda, fazerem uma autocrítica sobre a condução do referido processo de municipalização.
Ainda segundo a própria reportagem, o presidente pretende cobrar esse valor mediante acordo sem a interferência da justiça. Embora tenha militado na APEOESP de Diadema por volta de 1985 até 1989 juntamente com Tonhão, Romildo, Dagmar, e tantos outros,onde a luta e resistência de classe era referencia Nacional.
Nesse período, estávamos ombo-a-ombro com os dirigentes do PT, que estranhamente, com tal comportamento, assimilaram e introjetaram a figura do opressor como parâmetro e leitura de mundo.
Outrora combatiam , agora, reproduzem de forma mais aprimorada a cartilha “Caminho suave” dos opressores e dominantes.
Ainda no corpo da matéria, a Presidente Estadual da APEOESP, Maria Izabel , se declara decepcionada com o atual prefeito Mário Reali, pois segundo a presidenta , ele teria assumido compromisso público em não municipalizar a rede na Cidade.
Reconheço seu empenho durante o processo na luta pela não municipalização, embora tenha causado estranheza sua ausência no dia da votação, uma vez que a mesma estava cumprindo outra agenda fora do Estado.
Como freqüentemente se alega, grande “parte do que é publicado” por alguns órgãos de imprensa, muitas vezes são destorcidos e tendenciosos . Espero que a presidenta do Sindicato solicite da referida reportagem uma ratificação ou não do que foi publicado conforme citação : “A APEOESP não tem a postura de quebra-quebra e não é responsável por isso. Não concordo e não apoio este tipo de atitude. O sindicato encaminhará um documento aos professores e colocará a nossa posição”, ressaltou a mesma .
Quero crer que a professora Maria Izabel tenha um posicionamento e balanço sobre o processo de contradição e incoerência do seu Partido, no eu diz respeito a municipalização em Diadema . Todavia, não acredito que a mesma esteja fazendo coro com a criminalização do movimento organizado , como faz grande parte dos setores retrógados e reacionários desse pais.
Finalmente, se eu fosse dirigente do sindicato em Diadema, não aceitaria nenhum acordo com os Vereadores da cidade , uma vez que eles expressaram total preterição a uma brilhante categoria de (PROFESSORES) que “apesar de deles, amanha há de ser um novo dia”.
Lutar é preciso.
Aldo Santos é ex-vereador de São Bernardo do Campo, membro do Diretório Nacional do PSOL e presidente do Psol em São Bernardo do Campo.