Ontem, o vice-presidente da República fez vazar um pronunciamento público à nação brasileira. O cinismo da movimentação começou com a explicação dada por Temer de que o vazamento foi por engano. Nem mesmo o mais inocente cidadão acredita nisso.
O pronunciamento de Michel Temer teve o objetivo claro de dizer à sociedade a sua aspiração golpista de assumir ilegalmente a presidência da República. Foi direcionado também aos deputados indecisos, como uma forma de pressão pelo voto a favor do impeachment.
É assombroso o que faz Temer. Mesquinho, imoral, golpista. Ontem, na Comissão do Impeachment, Ivan Valente denunciou que o vice “quer sentar na cadeira antes da hora”, algo completamente absurdo, pois não se adequa à “postura do cargo que ocupa”. Ivan denunciou também que
Temer “não pode trabalhar como golpista e conspirador”.
A população brasileira não confia em Michel Temer, como ficou explícito na última pesquisa Datafolha. 58% dos entrevistados disseram ser favoráveis ao seu impeachment e 60% defendeu que ele renuncie, o mesmo patamar de Dilma.
Desse modo, ao assumir vergonhosamente o golpe palaciano e se colocar como um dos maiores traidores da história recente do Brasil, Temer põe ainda mais em risco os avanços democráticos conquistados a duras penas.
Disse o vice que o Brasil precisa de um governo de “salvação nacional”. O que ele está fazendo, no entanto, é se alvorar como patrocinador de uma sabotagem à República Brasileira.