As recentes denúncias de formação de cartel nos contratos para as obras do metrô e trens do governo do Estado de São Paulo revelam a forma criminosa como o tucanato atua à frente do governo paulista.
Segundo a denúncia, as empresas foram contratadas para fornecer equipamentos com preços até 20% mais caros. O esquema seria antigo, envolvendo os governos tucanos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
O cartel atuou em várias licitações. Em São Paulo estão sendo investigados a extensão da Linha 2-Verde do Metrô, a construção da fase 1 da Linha 5-Lilás, o Projeto Boa Viagem, de modernização de trens da CPTM, a contratação da série 3000 (CPTM) e a manutenção das séries 2000 e 2100 (CPTM). Também estão sendo investigadas as obras de manutenção do metrô de Brasília, realizadas em 2007.
Diante das graves denúncias, a resposta de Alckmin é dizer que não sabia de nada e tentar se esquivar, mas é impossível que um esquema tão grande de corrupção, que segundo as denúncias chegou a desviar 400 milhões de reais, tenha se efetivado sem o envolvimento direto de graduados agentes da administração pública.
O PSOL e seus mandatos sempre denunciaram as relações nebulosas entre os governos do PSDB e as empresas que prestam serviços ao Estado de São Paulo, nas mais variáveis áreas de atuação. No caso do Metrô, quando as denúncias envolvendo a Alston vieram a público em 2008, o mandato do deputado federal Ivan Valente exigiu publicamente que todas as denúncias fossem apuradas. Da mesma forma, a bancada estadual do PSOL na época composta por Carlos Giannazi e Raul Marcelo esteve na linha de frente na luta pela criação de uma CPI sobre o caso na Assembleia Legislativa que foi engavetado pela base governista. Agora, o PSOL e suas bancadas estão atuando firmemente pela apuração das denúncias e punição dos culpados.
O propinoduto tucano deixa claro que os recursos públicos que deveriam ir para saúde, educação e mais transporte de qualidade, são desviados para atender aos interesses particulares e financiar suas campanhas eleitorais. Para isso, contam tanto com a maioria governista que impede qualquer tipo de investigação séria na Assembleia Legislativa quanto com o apoio da maior parte da chamada grande mídia que é leniente com o PSDB. Diante disso, só as mobilizações populares podem descortinar esse esquema de corrupção e exigir punição pra valer aos envolvidos.
Não bastasse o esquema pesado de corrupção, as privatizações e terceirizações dos serviços pioraram ainda mais as condições do transporte público em São Paulo. A população vive o sufoco diário de transportes superlotados, de má qualidade, caros e agora comprovadamente superfaturados.
Cresce nas ruas o sentimento de indignação contra esse governo, que extermina a juventude negra nas periferias, reprime os movimentos sociais, como no caso do Pinheirinho, compromete os direitos básicos da população através do sucateamento e privatização dos serviços públicos e impede a apuração de denúncias de corrupção, contando com a subserviência dos Poderes Legislativo e Judiciário. O sentimento das ruas exige mudança pra valer, por isso o PSOLl reconhecesse a legitimidade e engrossa as fileiras dos movimentos que gritam pelo Fora Alckmin.
É hora de ir às ruas contra Alckmin, exigir a mais completa investigação sobre o caso, a prisão dos corruptos e corruptores, o ressarcimento dos cofres públicos e a suspensão dos contratos de terceirização e privatização dos serviços.
O PSOL apoia e convida todos os seus militantes a participarem ativamente do ato marcado pelos movimentos sociais e pelo Sindicato dos Metroviários para o próximo dia 14 de agosto.
A militância do PSOL junto com o povo de São Paulo não dará trégua a este governo.
Paulo Bufalo – presidente estadual do PSOL SP