João Paulo Cunha foi condenado pelo STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (uso de cargo público para desviar recursos). Somadas as três imputações, o deputado pode receber pena de sete a 34 anos. Em condenações superiores a oito anos, o réu cumpre a pena em regime fechado.
A população de Osasco acompanhou com interesse o julgamento do mensalão, afinal de contas, no banco dos réus encontrava-se um candidato a prefeito da cidade com uma larga trajetória política no município.
O desfecho do julgamento responde aos anseios da maioria da população que clama por punição aos casos de corrupção. Ao contrário da versão que o PT sustenta, o mensalão de fato existiu e houve desvio de dinheiro público para fins privados e políticos. É verdade que a grande mídia é absolutamente seletiva ao tratar deste tema, não explora o fato de que o mensalão começou com os tucanos em Minas Gerais, que o chamado valerioduto teve nas hostes tucanas o seu nascedouro. Também copiado pelo governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal, no caso conhecido como “mensalão do DEM”.
O mensalão, porém, não é o primeiro escândalo de corrupção vivido em nosso país. A privatização de empresas como a Vale e das companhias de telecomunicação, bem como a compra de votos para assegurar a reeleição do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, demonstram que a corrupção tinha profundas raízes nos governos tucanos. Antes deles, a cassação do ex-Presidente Collor de Mello e as denúncias contra os governos militares e o governo Sarney, já haviam demonstrado que a corrupção é um componente endêmico da política brasileira. E a atual “CPMI do Cachoeira” mostra claramente que esquemas semelhantes continuam em vigor, ou seja, empresas continuam participando direta ou indiretamente no pagamento de propina e no financiamento das campanhas dos grandes partidos em nosso país.
Por isso, o PSOL expressa seu repúdio à corrupção e exige a punição de todos que, comprovadamente, tenham utilizado recursos públicos para corromper ou que foram corrompidos, cedendo seu apoio ao governo em troca de dinheiro. Ao mesmo tempo, rechaçamos o circo midiático que busca realizar um julgamento meramente moral do caso do mensalão: ele é, antes de tudo, um problema político, que revela as opções equivocadas do PT em favor deste tipo de governabilidade, opções essas que negamos, reafirmando nosso compromisso com as mudanças realizadas com o apoio das forças populares, sem interferência do poder econômico tanto nos processos eleitorais – onde ele atua para torná-los assimétricos e desiguais – quanto na forma governar, estimulando a corrupção e desmoralizando a política como atividade nobre, negando a mobilização popular como exercício da cidadania e da participação direta.
Por fim, a decisão do PT de retirar a candidatura do João Paulo Cunha não pode servir para apagar as responsabilidades deste partido com tudo o que foi feito no caso mensalão, também não podemos assistir passivamente esta condenação servir de palanque para a direita em nosso município retomar a administração da prefeitura através do Celso Giglio. O momento é de construir uma alternativa política de verdade, que aposte na mudança e tenha um novo jeito de fazer política. Essa alternativa é o PSOL, a Frente de Esquerda e a candidatura de Alexandre Castilho, por isso, conclamamos todos aqueles que não querem a volta da direita ao poder em Osasco a somar forças com a campanha Alexandre Castilho prefeito.
Assina: Direção executiva do Partido Socialismo e Liberdade PSOL Osasco