Parlamentares realizaram ato, no plenário da Câmara dos Deputados, na quarta-feira 2, em repúdio aos assassinatos de quatro líderes rurais que aconteceram recentemente no estado do Pará. Todos mortos por defenderem a floresta e suas comunidades: o lavrador Eremilton Pereira dos Santos, o sindicalista José Cláudio Silva, a sindicalista Maria do Espírito Santo e Adelino Ramos, do Movimento Camponês.
De acordo com o líder do PSOL, deputado Chico Alencar, as mortes dos quatro brasileiros foram absurdas, violentas, covardes e na tocaia. “Eles foram assassinados, independentemente dos pistoleiros que puxaram os gatilhos, pelos desmatadores, pelos que não têm o menor zelo pela terra, pelos que usam a terra como se fosse um bem de exploração e não um bem de raiz”, afirmou.
Em seu discurso Chico Alencar citou cada um dos líderes mortos: “uma Maria, que é do Espírito Santo de nome e de vida; um José Cláudio, ambos Silva, como tantos brasileiros; o Eremilton e também o Adelino, brasileiros comuns que lutavam pela terra, pela vida. José Cláudio deixou um depoimento quase que profético, além de trágico. Eram pessoas que defendiam a floresta, que defendiam seu manejo sustentável, que defendiam, à moda de Chico Mendes,o extrativismo que alimenta a população, mas não destrói”.
Para o deputado Ivan Valente, a questão dos assassinatos, agora, não é somente investigar e punir os responsáveis, mas sim intensificar a fiscalização e o controle no que que diz respeito as ameaças e implementar políticas de longo prazo para combater as causas da violência no campo. O deputado falou ainda da aprovação do novo Código Florestal, que só deve aumentar o desmatamento.
“É o faroeste brasileiro. É a impunidade no campo e a continuidade de uma política agrária no nosso País que continua voltada para o agronegócio exportador, para as mineradoras e madeireiras, para a devastação da Amazônia e para a expansão da fronteira agrícola, a fim de colocar um boi por hectare. É uma atitude suicida para este País e precisa ser negada”.
E concluiu Ivan Valente: “[os quatro brasileiros] Não são apenas mais alguns. Eles são simbólicos. São pessoas que lutaram pelo futuro das próximas gerações, que resistiram, que não queriam enriquecer, que queriam igualdade e justiça social e lutaram por um Brasil livre, soberano e democrático. Espero que tiremos lições disso”.
Foto: Agência Câmara