A denúncia publicada no último dia 26 de outubro pelo jornal “Folha de S. Paulo” sobre aparente arranjo para que as maiores empreiteiras do país ganhassem a licitação dos lotes 2 a 8 da linha 5 (Lilás) do Metrô é um escândalo.
O resultado da licitação foi divulgado no último dia 21, mas o jornal já tinha conhecimento, desde o dia 20 de abril, de que os vencedores seriam os consórcios formados pelas empreiteiras Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez, Metropolitano (Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão) e Galvão/Serveng. De acordo com o jornal, a Companhia do Metropolitano havia suspendido o processo licitatório em abril deste ano e determinado a reelaboração das propostas em razão dos valores cobrados – que o próprio governador Alberto Goldman, também em entrevista à “Folha”, afirmou estarem acima do preço estipulado como limite pelo Estado em até 50%. No entanto, as mesmas empresas venceram o certame, que pode custar aos cofres estaduais o montante de 4 bil hões de reais. O Governador Alberto Goldman suspendeu o processo, que teve quando José Serra ainda era Governador do Estado, em agosto do ano passado.
Raul Marcelo denuncia a promiscuidade entre o poder público e e a iniciativa privada, marcas das gestões tucanas que privatizaram praticamente toda a infraestrutura e estatais paulistas desde o início do mandato. Essa é, lamentavelmente, mais uma denúncia que careceria de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que certamente será barrada pela maioria aliada ao Governo na Assembleia Legislativa, como outras 70 CPIs engavetadas durante os quase 16 anos da “Era Tucana” no Estado.