Por Sérgio Domingues
Muita gente boa de luta apóia o governo Lula. Dizem que o governo petista está longe de ser perfeito, mas é o mal menor. Por isso, estão apoiando Dilma Roussef. É o chamado voto útil.
Mas, não basta dizer que o atual governo melhorou a situação dos pobres. Nem que há mais diálogo com os movimentos. Ou que foram criados mais empregos. Tais elementos podem ser positivos, mas não fazem a diferença necessária na dura luta de classes que travamos.
A verdadeira questão é: o governo atual colaborou para fortalecer a luta dos trabalhadores e do povo em geral? A resposta é negativa.
As ações do PT à frente do Executivo enfraqueceram e confundiram as organizações populares e dos trabalhadores. Muitas delas tornaram-se dependentes de verbas oficiais. Algumas entraram no caminho da burocratização. Outras já eram dependentes e burocráticas. Estão adorando. O resultado é o enfraquecimento das lutas populares.
Do lado dos patrões, a tranqüilidade é quase geral. Alguns desconfiam da intimidade entre PT, CUT, MST, movimentos de negros, indígenas, mulheres, gays etc. Mas, poucos realmente sentem alguma ameaça real. A maioria confia na capacidade lulista de controlar esses “baderneiros”.
E estão certos. Sob o governo Lula, a radicalização das lutas foi mínima. Imperaram os pedidos educados e chorosos. Sempre recusados pelo governo, sem choro nem vela.
Um governo Dilma seria dominado pelo PMDB. Um partido de confiança da classe dominante. A própria candidata já avisou, por exemplo, que não vai tolerar “invasões do MST”.
É hora dos movimentos sociais fazerem um balanço radical do papel do governo Lula. Do contrário, vamos confundir voto útil com rendição.
Sérgio Domingues