Plinio aceitou ainda o convite, recebido via twitter, para assinar a petição da rede de mobilização global Avaaz.org para salvar o Código Florestal Brasileiro. O documento pede para que os deputados brasileiros rejeitem qualquer tentativa de alterar ou enfraquecer o nosso código e que qualquer mudança seja para fortalecer as proteções ao meio ambiente e favorecer pequenos agricultores, não o grande agronegócio.
“Nosso código florestal apresenta brechas. E os proprietários inescrupulosos aproveitam para burlar seus dispositivos. Precisa ser melhorado. Não é isto contudo o que os deputados federais têm em mira com o projeto de revisão deste código. Com a colaboração do relator, deputado Aldo Rebelo, esse projeto, em vias de aprovação, significa anistia aos predadores que arrasaram mais de 40 milhões de hectares de matas de 1996 até hoje, bem como a retirada de proteção legal de 35 milhões de hectares de florestas na Amazônia.
Pior: os estados brasileiros ganharão a possibilidade de reduzir em até 50% os atuais limites das áreas de preservação permanente correspondentes às margens de rios e lagos. Conhecendo-se a miopia dos governantes e a avidez das oligarquias regionais, é fácil perceber que nada restará dessas matas ciliares dentro de poucos anos.
Para culminar, o projeto outorga aos proprietários de imóveis de tamanho inferior a quatro módulos fiscais a faculdade de desmatar toda a sua área. Para se ter uma ideia: na Amazônia isto representará a possibilidade de desmatamento de 70 milhões de hectares de matas hoje preservadas como reserva legal.
É o neoliberalismo no seu limite máximo. É a medida da incapacidade e da falta de escrúpulos da elite dirigente. Além de ser uma clara amostra do servilismo do governo Lula, porque essa liberação irresponsável é feita unicamente parar abrir caminho para as mega fazendas dos grandes agronegócios internacionais, que, por sua vez, têm o objetivo de montar uma enorme empresa exportadora de “commodities” agrícolas em nosso país.
No próximo dia 21, o relatório será colocado em votação. O prazo é curto, mas ainda temos possibilidade de derrotar esse relatório absurdo.”
Plínio Arruda Sampaio