O Bloco de Esquerda de Portugal obteve uma importante vitória nas eleições para o parlamento europeu. Força mais a esquerda no cenário político daquele país tem sido uma alternativa ao desgastado Partido Socialista. Veja matéria do jornal português Correio de Notícias:
Bloco de Esquerda: “É a derrota enorme das políticas do PS”
Miguel Portas classificou a vitória da esquerda como sendo um momento “marcante em termos europeus”
ISABEL TEIXEIRA DA MOTA
O Bloco de Esquerda passou a terceira força política mais votada, superando, numa luta “taco-a-taco”, a votação na CDU. Uma vitória expressiva que foi largamente festejada desde o princípio da noite.
“É esquerda. É Bloco. É Bloco de Esquerda!”. As palavras de ordem gritadas cada vez que se conheciam novos resultados, e cada vez mais animadores para o BE, são reveladoras do que aconteceu ontem à noite: um claro crescimento eleitoral da esquerda “bloquista”.
Até ao último voto foi uma luta renhida entre o Bloco de Esquerda e a CDU para saber quem elegeria o terceiro euro-deputado. Pouco faltava para a meia-noite quand foi revelada a eleição de Rui Tavares, do BE. Foram setecentos votos de diferença.
Mas a festa começou a sentir-se ao princípio da noite ao tempo das primeiras projecções depois de fechadas as urnas de voto. No Forum Lisboa, onde o Bloco deEsquerda montou “arraiais” para seguir a noite eleitoral, o ambiente era descontraído e animado.
Um contraste com a sede do PCP, na Soeiro Pereira Gomes, onde a noite eleitoral começou tranquila, mas a inquietação com a descida nas resultados ensombrou o decorrer das horas enquanto eram apurados os votos em todas as freguesias nacionais.
Quando ficou segura a eleição de Marisa Matias, Miguel Portas fez a primeira reacção: “O BE obteve de facto um extraordinário resultado. O nosso objectivo era duplicar a nossa representação parlamentar. conseguimos”.
O regozijo, depois dos quinze dias de campanha eleitoral atentar captar todo e qualquer voto, sentiu-se também nas palavras críticas contra o PS: “há uma conclusão política a retirar do resultado do BE. Ele é paralelo a uma derrota enorme das políticas seguidas pelo PS. (…) É a derrota profunda das políticas que têm sido seguidas nestas país”.
Sem querer desvendar como se posicionará o BE de agora em diante relativamente aos restantes partidos da Esquerda, Miguel Portas sublinhou que o crescimento da esquerda em Portugal “é um dado marcante em termos europeus”. Já depois das 22 horas Francisco Louçã fez o discurso final da noite prometendo começar a trabalhar para as legislativas com novos cartazes.