Giannazi pede à Comissão que proponha a desapropriação da área ao lado do teatro, que está sem função e pertence ao empresário e apresentador de TV Silvio Santos
Em audiência pública organizada pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa no Teatro Oficina (no bairro do Bexiga, na capital) em 05 de setembro para discutir, principalmente, a preservação não só das instalações físicas do teatro como hoje ele se encontra mas sua história e incontestável projeção cultural naquele local, o professor e deputado Carlos Giannazi, membro efetivo da CEC, defendeu a desapropriação do terreno ocioso de propriedade de Silvio Santos que fica ao lado do teatro. Propôs que a Comissão apresentasse um projeto de lei assinado por todos os seus membros e que também fizesse 3 Indicações com publicação no Diário Oficial endereçadas à Prefeitura, ao Estado e a União, a fim de que tomassem as providências para pagarem o valor da desapropriação.
Com a presença do diretor do Teatro Oficina, o dramaturgo Zé Celso Martinez, e colegas de direção teatral, artistas e autoridades públicas, o parlamentar disse ainda ser inconcebível que o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) tenha autorizado a construção de duas torres de prédios ao lado do Oficina, considerado um ‘templo sagrado do teatro e da dramaturgia no Brasil’. “Um órgão público, que tem a função de defender o patrimônio cultural e arquitetônico, não pode se curvar à lógica da especulação imobiliária que tem destruído a cidade nos levando a um verdadeiro inferno urbano”, ressaltou Giannazi em sua intervenção. Ao final, o líder do PSOL na ALESP convocou todos a saírem às ruas no dia 07 de setembro e nos dias subsequentes para defenderem o Teatro Oficina desse ataque do capital financeiro imobiliário.
A proposta de Giannazi pela defesa do Oficina é fruto da experiência parlamentar à frente de seus mandatos tanto de vereador como de deputado. Na Câmara Municipal, no seu primeiro ano como vereador (2001), teve a ideia de transformar a casa do intelectual Sergio Buarque de Hollanda, no Pacaembu, em uma fundação cultural com a finalidade de resgatar a memória do sociólogo, cuja residência servia de ponto de encontro de artistas, políticos e escritores. Na ocasião, Giannazi apresentou um projeto de lei e levou a proposta para a prefeitura e à Secretaria da Cultura, conseguindo com isso que o imóvel fosse adquirido pelo município por meio de um decreto de utilidade pública. Hoje a casa abriga o Memorial da Educação Municipal.
06 de setembro de 2013
Do site do deputado estadual Carlos Giannazi